Originário do
latim, o termo solilóquio possui o sentido de “falar sozinho em voz alta”. Trata-se de um conceito associado ao
monólogo, sendo uma técnica frequentemente utilizada nas peças teatrais e obras
literárias.
O solilóquio é
um tipo de discurso que presume que o personagem aja como se estivesse
inteiramente desacompanhado, articulando e enunciando os seus pensamentos e
sentimentos em voz alta.
Do latim
soliloquĭum, a técnica solilóquio é bastante utilizada no romance e na
dramaturgia. Na literatura, o termo foi consagrado por Santo Agostinho em seu “Líber Soliloquium”.
Este recurso
literário sempre é feito na primeira pessoa, direcionando o seu discurso ao
leitor como se estivesse conversando com um interlocutor que permanece calado o
tempo inteiro. Foi utilizado regularmente durante os séculos XVI e XVII, como
podemos observar na obra “Hamlet”, de
William Shakespeare. O escritor inglês escreveu um dos solilóquios mais famosos
da história: “Ser ou não ser, eis a
questão”.
Durante o
século XX, este recurso tornou-se
bastante frequente nas obras literárias, e também pode ser facilmente
encontrado no teatro, em animações, filmes e em óperas. No psicodrama, o
solilóquio é compreendido como a técnica em que o diretor “congela” a cena e
solicita ao protagonista que exponha os seus sentimentos em voz alta.
Considerações à
parte, o próprio Salmista no Salmo 42 verso 5 utilizou-se desse recurso quando
ele diz: “Por que estás abatida, ó minha
alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na
salvação da sua presença”.
Parece coisa de
“maluco”, mas é importante desenvolvermos o hábito de falarmos conosco, falar
olhando para o espelho, falar o que edifica, o que nos traz esperança e
equilíbrio. Quem ainda não teve essa desconcertante experiência?
Quando estamos
vivendo dias de angústia, sofrimento, vazio existencial, quando nada faz
sentido pra nós, quando somos tomado por um pessimismo incurável, radical, de
que nada vai acontecer, nada vai mudar, quando a desesperança bate à porta e nos deixa emocionalmente ansioso, é hora de
solilóquio. É hora de olharmos pra dentro de nós e vê quem de fato nós somos, o
que temos feito com aquilo que somos, é hora de resignificar, é hora de ajustar
as velas.
O salmista nos
ensina a posicionarmos a nossa vida naquilo
que acreditamos baseado nas Escrituras, sabendo que não só de pão viverá o
homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.
Isso porque, quem almeja viver não se mantém
ansioso. A salvação mora no sossego. O possível, nem sempre o melhor, só vira
matéria prima do contentamento em corações calmos. A alma implora por descanso.
O corpo avisa que o desespero de desejar mais e mais produz descargas hormonais
adoecedoras. É necessário dar um passo de cada vez e esperar pelo amanhã. Os apressados, que tentam se antecipar o
sereno da madrugada, cansam logo.
SOLILÓQUIO!!! Quero
dizer para minha alma que continuarei a andar na presença do Senhor, quero
lembrar que já tomei o cálice da salvação, que o Senhor Jesus foi à cruz e me
libertou, já faço parte dos remidos, e meu nome está escrito no livro da vida. Ao
invés de prostrados, ficaremos confiantes, sossegados em um Deus que é
generoso, e que cumpre as suas promessas.
SOLILÓQUIO!!! Quero
entender o significado de simplicidade e perceber que a verdadeira vida se
esconde no momento despretencioso, despido de glamour. Os nascidos do Espírito
são livres, leves, transparentes. Que minha simplicidade seja como uma janela
aberta para a aragem sutil que sopra a infinita e imperceptível presença do
Divino.
SOLILÓQUIO!!!
Quero continuar acreditar que a esperança é uma força que nos move a lutar, não
porque vai dar certo, mas porque vale a pena. Os medíocres buscam a
gratificação imediata dos seus atos. Os nobres pelejam pelo mero privilégio de
se acharem dignos da causa a que foram convocados. Muitos já lutaram sem jamais
alcançarem promessa alguma. Lembre-se: "mulheres receberam, pela ressurreição,
os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando o seu livramento; outros
experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados,
serrados, tentados, mortos ao fio de espada; andaram vestidos de peles de
ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados, errantes pelos
desertos e montes, pelas covas e cavernas da terra. Esses receberam o maior
elogio da Bíblia: homens e mulheres dos quais o mundo não era digno ".(Hebreus
11.35-39).
SOLILÓQUIO!!!
Quero aprender com o salmista no último verso (11) quando diz: “Por que estás
abatida, ó minha alma, e porque te perturbas dentro de mim? Espera em Deus,
pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu Deus."
Soli Deo Gloria
Flavio Constantino
Maravilhoso texto.
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