sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Preito aos meus amigos



O amigo é aquele que tem todos os motivos para desistir de você e não desiste. Você fez por merecer a separação. Exagerou. Afastou o abraço, gritou que ele não o compreende. Mas o amigo entende até na incompreensão. Aguarda entender.

Eu preciso de um amigo que não me renuncie quando já desisti. Que me lembre de não desistir. Que seja insistente como o esquecimento dos velhos. Que desperte o meu humor no desespero, que se desespere com a ausência de notícias.

Um amigo que não numere as páginas do livro. Toda página pode ser a mesma. Um amigo que sopre meu rosto perto de sua boca, como uma gaita de mão. Um amigo capaz de esconder seu amor para proteger a amizade e de me aconselhar a seguir o que ele tinha vontade.

Um amigo que desconheça minha infância para repeti-la, que conheça minhas dores para não tocá-las, que assobie minha alegria para alardeá-la. Que não me torture com os meus defeitos. Que me perdoe por não ser como ele. Aliás, que me agradeça por não ser igual a ele.

Um amigo que não use meus segredos para ganhar outros amigos. Um amigo que abra o vidro do carro para apanhar o resto do céu. Que cante alto no volante no momento em que ansiava pelo silêncio e me obrigue a dispensar a timidez para desafinar junto. Na estrada, o vento também canta de olhos fechados.

Um amigo com cheiro de cortina. Isso: cheiro de cortina, com a experiência de enrolar várias e várias vezes o corpo na cortina. E que tenha recebido beijos dos pais com o tecido arregalado no rosto. Quem se escondeu na cortina deu giros dentro de si e de seus problemas e aprendeu a regressar.

O amigo do primeiro desejo, não do último. O amigo que não me espera no recreio, o amigo que me espera no final da aula. O amigo que é a haste do mar, que não fica de pé no barco, para não desequilibrá-lo.

Não quero um amigo que fuja na primeira ofensa, que se isole ofendido num canto, amarrado no orgulho, condicionado às palavras. Um amigo que não fale por mim, que fale através de mim. Não quero um amigo que me ofenda porque não atendi suas expectativas. Amigo não tem expectativa, tem esperança.

O amigo vai procurá-lo não sendo necessário. Vai aumentá-lo enquanto está diminuído e vai diminuí-lo para preveni-lo da ambição.

O amigo é do contra ao seu lado. O amigo dirá as verdades por respeito, não se eximirá de opinar, tudo com zelo e contenção. Não abandonará a corda da pandorga ainda que ela sirva de fio telefônico para chuva.

Tive amigos que se fecharam, desapareceram, que me trocaram por uma fofoca, que chegaram à porta e recuaram ao portão. Esses amigos não foram amigos, se é amigo só depois da amizade. Depois de sofrer com a amizade. O amigo é como um irmão, que se briga feio, se discute aos pontapés e palavrões e volta a se falar. Volta a se falar porque é irmão.

O amigo sempre volta. Pensando bem, não volta, nunca saiu do lugar. Ele é a rua que atravesso para chegar em casa.

Autor: Fabrício Carpinejar

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

As marcas e os marcos


"Desde agora, ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus" (Gl 6.17)


INTRODUÇÃO

Deus se interessa mais pelo nosso caráter do que pelo nosso bem-estar. Deus prefere um Paulo doente a um Saulo são. Isto porque não se preocupa com o que ele é. Evidentemente, que estas declarações não devem ser tomadas como idéias inconseqüentes, mas sim asseverações que surgem uma temática e um contexto do qual não podemos nos afastar.

Por isso que algumas coisas que ocorrem na vida de um homem de Deus, principalmente aquelas que acontecem ao longo do seu ministério, fazem parte do tratamento de Deus para formação do seu caráter ministerial.

Paulo, apóstolo dos gentios, foi quebrado por Jesus Cristo desde o momento que foi abalrroado no caminho para Damasco. Nesta experiência, Paulo tomou conhecimento de três verdades com as quais conviveu até o fim do seu ministério.

1. Conheceu a autoridade de Jesus como o Filho de Deus.
2. Conheceu que a Igreja de Deus é indestrutível. Lutar contra a Igreja é lutar contra Deus.
3. Conheceu que a Igreja e Jesus não se separam.

A este homem, desde o começo, ficou revelado o quanto iria sofrer pelo evangelho: “...e eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At.9.16). A lista de sofrimentos de Paulo é variada e imensa:
Açoites, prisões, perigo de morte (muitas vezes), cinco quarentenas de açoites menos um, três vezes açoitado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofreu naufrágios, uma noite e um dia passou no abismo, perigos dos da minha nação, perigos dos gentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos, trabalhos e fadigas, vigílias com fome e com sede, frio e nudez...

Olhando o ministério deste apóstolo fico impressionado com a consistência, a essência, a variedade, a fecundidade, a coragem, a dedicação, o envolvimento que ele teve com a obra de Deus. A consistência de suas obras tem sido alvo de investigação de grandes biblistas, teólogos, sociólogos e historiadores de renome. Quanto à essência é indiscutível. As teologias mais claras que temos acerca da obra salvífica de Jesus e sua abrangência nos foram trazidas pela pena deste homem de Deus . Sobre a variedade teológica de Paulo é algo incontestável, pois ele é capaz de falar sobre vários assuntos ao mesmo tempo sem perder o seu objetivo fundamental: mostrar a grandeza da obra de Deus em Cristo. A fecundidade do escritor Paulo vai além do que podemos imaginar. Foi o escritor de maior abrangência de todo o Novo Testamento. Em relação à coragem do apóstolo temos dados vindos da sua própria declaração: “...eu estou pronto para morrer”. Sua dedicação é a mais profunda de todos os apóstolos. Finalmente, seu envolvimento com Aquele que lhe apareceu no caminho de Damasco fica esclarecido na sua própria expressão: “...Não fui desobediente a visão celestial”.

Este homem podia asseverar aos quatros cantos que não foi chamado pelos homens, mas por Deus. Por isso quando falamos de Paulo falamos de alguém que tem muitas marcas para mostrar no seu ministério. No entanto, de todas as marcas que Paulo trazia dentro e fora do seu corpo, quatro eram as mais profundas. Se não, vejamos:

1. A culpa interior de ter participado da morte de Estevão. Algumas coisas acontecem ao longo do nosso ministério que se pudéssemos apagar, apagaríamos.
2. A Perseguição dos judaizantes que destruíam obras iniciadas por ele em cidades diferentes. Não existe coisa que perturbe mais a um homem de Deus do que fazer e ter sempre que fazer o que começou tão bem.
3. O seu espinho na carne. Alguns especialistas bíblicos escolhem a malária ou o problema de oftalmia como sendo o espinho na carne de Paulo, baseados nas palavras encontradas na epístola aos gálatas: “E não rejeitastes, nem desprezaste isso que era uma tentação na minha carne, antes me recebeste como um anjo de Deus, como Jesus Cristo mesmo, porque vos dou testemunho de que, se possível fora, arrancaríeis os vossos olhos, e mos daríeis” (Gl.4.14-15).
Algumas pessoas precisam ficar marcadas para não saírem da presença de Deus.
4. A traição de alguns em que ele confiava. Paulo foi um homem de poucos amigos, Tíquico, Timóteo, Onésimo, Epafras, mas passou por decepções profundas: “Conservando a fé, e a boa consciência, rejeitando a qual alguns fizeram naufrágio na fé. E entre esses foram Himineu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás,para que aprendam a não blasfemar” (1.Tm.1.19-20).
Paulo, como todos os homens de Deus, tinha seus dilemas e suas marcas bem guardadas no peito.

É pensando em tudo isso que ao me voltar para as marcas de Paulo tenho algumas idéias que gostaria de compartilhar com os prezados irmãos.


I – A DIFERENÇA ENTRE MARCA E MARCO

A. Marca – Sinal, indicação, estigma.
B. Marco – Algo que se torna especial, referência, alguém especial, alguém que se torna uma referência pelos seus feitos, história, obras.
Alguns têm marca, e por isso são marcos; outros querem ser marcos, mas não têm marcas.

A – O QUE NÃO SÃO MARCAS MINISTERIAIS

1. Não são aquelas que nós adquirimos na vida, pela nossa maneira errada de viver a vida.
2. Não são as frustrações que passamos na vida por conta da nossa própria improvidência.
3. Não são aquelas produzidas pela insensatez de quem não consegue aprender que a vida é mais do que viver de sonho e de utopia, sem nunca se confrontar com a realidade cotidiana aterradora.
4. Marcas não são as produzidas pela maneira desinteressada de viver vida cristã e, ao final da carreira, perceber que nada aconteceu e que as pretensões viraram fumaça.
5. Não fazem parte das tiradas carismáticas de encher uma reunião e torna-la mais alegre possível.
6. Não são pretensões quantitativas nem qualificativas dos que sonham em se tornar grandes na obra de Deus.
7. Marcas, finalmente, não são experiências de juntar multidões a falar, gritar, dizer o nome de Jesus nos lagradouros públicos. Isso tudo tem outro nome.

B – O QUE SÃO MARCAS MINISTERIAIS ?

1. São aquelas resultantes de uma vida dedicada, envolvida, comprometida com interesses do Reino de Deus.
2. São as produzidas pelos sofrimentos impostos pelas circunstâncias em que às vezes somos colocados e não temos para onde correr.
3. São aquelas patrocinadas pelos anos de vida dedicados a não fazer o que todos fazem e por isso ter que viver sem experimentar o que a maioria está experimentando.
4. São aquelas angústias produzidas pelos choques interpessoais e pelas desilusões de quem acredita na pessoa humana.
5. São aqueles sofrimentos que vão muito além do corpo. Espetam o ser interior, garfam os interesses do espírito e tentam desfazer as mais belas intenções de um coração puro diante de Deus.
6. São aqueles ferimentos abertos na alma ocorridos no campo de batalha, por conta de fofocas, calúnias, perseguições.
7. São marcas produzidas pela forma de ser homem de Deus, e não alguma coisa movida pelos interesses pessoais.

II – SÓ PODE SER MARCO QUEM TEM MARCA

A. Alguns querem ser marcos, mas não te nenhuma marca para respaldar sua pretensão. Isto porque para ser marco tem que ter marcas.
B. Paulo foi um homem de muitas marcas, por isso se tornou um marco entre os apóstolos.
C. Nada pode substituir uma vida experimentada no trabalho de Deus. Os que não tem a experiência e querem ser mais do que realmente são, não passam de falsidade.
D. Hoje a tendência aviltante é a conduta personalística. Ou seja: a pessoa se mostra bem maior do que na realidade. Na maioria das vezes são pessoas que dizem que são, mas sua história não condiz com o que dizem.
E. Na atualidade, a moda é o “ministério apostólico”. Pessoas que se intitulam uma coisa sem estarem aptos para serem o que se intitulam.

III- O TÍTULO NÃO PODE SER MAIOR DO QUE A PESSOA

A. Antes de qualquer coisa, devemos entender que o título que adotamos tem que ser compatível com a história que construímos – pois o título não pode ser maior do que a história nem a história pode ser feita em função do título.
B. Os títulos que adquirimos na vida vêm em função do nosso trabalho. E o que fazemos não devemos fazer com o objetivo de adquiri-los. Uma vez que geralmente eles acontecem postumamente.
C. Ninguém deve procurar se marcar na vida para ser um marco. Estas coisas fazem parte do ministério. Quem ainda não passou haverá de passar. Quem ainda não experimentou haverá de experimentar – dia menos dia. Não é pelo fato de alguns começarem pelas bênçãos de Deus que não irão experimentar os maus pedaços que nos ensinam, a sermos melhores e mais preocupados com os interesses do Reino de Deus.

PERORAÇÃO

Alerta! Precisa-se de um homem que tenha o mesmo perfil de Paulo, o apóstolo, que foi um homem em busca do conhecimento de Deus, por intermédio de Jesus Cristo, e, ao final da carreira, ganhou o título de apóstolo dos gentios.



Para que a sua voz seja ouvida precisa ter marcas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Existem Pessoas com mais sorte do que outras?


Texto Bíblico: Sl 73

Esta é uma questão que, à primeira vista, parece elementar, mas não é. E, para o total desconforto de alguns cristãos, o problema agrava-se quando nos deparamos com fatos nitidamente comprobatórios de que há pessoas que parecem receber uma “ajudinha extra” em tudo que fazem, enquanto outros, ao contrário, nada do que fazem dá certo.

Há histórias estranhíssimas apontando esta dolorosa realidade; histórias de pessoas que nada fizeram e nada fazem para serem melhores e, no entanto, conseguem sempre o mais difícil. Em contrapartida temos trabalhadores que se esforçam até o seu limite e não levam nada. Eu não estou falando aqui de probabilidades, mas de fatos avassaladoramente inexplicáveis e inexoráveis.

É indiscutível dizer que existem algumas mostragens nos episódios da vida que nos deixam sem qualquer explicação, mesmo que tentemos explicar. Pior: na tentativa de responder à questão em tela, o fazemos de maneira simplória. Na realidade, a intenção das explicações simplistas é quase sempre fechar o assunto acerca do qual não compreendemos e contra o qual nos sentimos impotentes.

É por essas e outras explicações anestésicas, mas nada racionais, que acabamos sofrendo do mal de Asafe, o líder dos cantores de Davi.

O cantor de Israel, ao sair um dia do seu casulo existencial sagrado, enfrentou a pior crise da sua vida. Para ele era algo asfixiante, esmagador: viu que os “ímpios” (os não religiosos) estavam levando a melhor ao sabor de uma vida sem Deus. Ele que apostara tudo em Deus parecia menos privilegiados. O que estava acontecendo?

Na verdade, quando perguntamos se há os que têm mais sorte na vida, queremos de fato fazer uma outra pergunta: por que o ímpio parece estar levando a melhor?

Jó e Eclesiastes são os únicos livros – em toda a Bíblia Sagrada – a ressaltarem uma maneira contrária de pensar a vida do justo e do ímpio.

Jó, descrito na “torá oral evangélica” como paradigma da submissão, da suportabilidade, homem de comportamento ilibado em relação à dor, é a figura mais rebelde do Antigo Testamento. É rebelde na sua maneira de tratar as interpretações acerca do sofrimento do justo: reclama, combate, insurge-se, repele qualquer explicação da ortodoxia religiosa, não aceita a dor, reivindica justiça, chama Deus a um tribunal para uma disputa justa...

A maneira tradicional de pensar o sofrimento de Jó é oposta a tudo o que está desvelado nas Escrituras Sagradas. Nossos intérpretes – parece – pegaram o “bonde andando” e agora não sabem para onde vão e nem têm como pará-lo. Jó, portanto, é a história de dor, angústia, sofrimento que torna o homem mais sagrado alguém de carne e osso. Além do mais, para Deus vale mais o tratamento do nosso caráter do que o nosso bem estar.

O autor de Eclesiastes, por sua vez, abre mão do ortodoxismo do seu tempo e se arremete contra a dicotomia determinista, que coloca o ímpio sempre em situação de desvantagem na história. O “pregador” reverbera dizendo que nem sempre isso é realidade:

“Sim eu sei que dizem: ‘Se você temer a Deus, tudo lhe correrá bem; mas não correrá bem para os maus. A vida deles passa como a sombra: morrerão jovens porque não temem a Deus.’ Mas isso não tem sentido. Vejam o que acontece no mundo: muitas vezes os bons são castigados, e não os maus; e os maus são premiados, e não os bons.”

Há mais de quinhentos anos, um filósofo grego de grande saber, considerado oráculo dos deuses, já deblaterava que algumas situações por que passamos jamais serão compreendidas racionalmente. No fundo, o velho filósofo tinha razão. De fato, nada dói tanto que a dor incompreendida. Primeiro dói porque é dor. E segundo dói pelo fato de não se saber por que está doendo.

Toda esta inquietação existencial é em face de um axioma cristão que se constitui premissa fundamental da religião cristã: “Se Deus está conosco, mal nenhum pode nos ocorrer”. Partindo deste sufrágio cristão, o questionamento de Gideão feito ao anjo é justo: “Se o Eterno está com o nosso povo, por que está acontecendo tudo isto com a gente?” Levando-se em conta que o juiz de Israel entende – como todos nós – o fato de que a presença de Deus é sempre razão de vitória - questão fechada e incontestável para muitos cristãos – o que fazer para entender os fatos contrários?

A partir desta Escritura episódica e do questionamento do juiz de Israel, entendo que, com urgência, precisamos reler e reescrever o conceito de sorte e azar na história humana. Isto porque este conceito é absolutamente relativo. Já que a sorte de hoje pode se tornar no azar de amanhã e vice-versa. Mais: não há quem viva só de azar nem tampouco de sorte; esses elementos circunstâncias por vezes se alternam na vida.

Acompanhe o meu raciocínio e descubra a gangorra da vida entre a sorte e o azar:

"Pedro amava Maria. Mas Maria nada queria com Pedro – que azar de Pedro. Depois de tantas tentativas, Pedro consegue convencer Maria de se casar com ele – que sorte de Pedro. Após o casamento, o casal descobre que não pode ter filhos – que azar de Pedro e Maria. Pedro e Maria conseguem tratamento e o esperado filho nasce – que sorte. Após o nascimento da bela criança, Maria morre – que azar para Pedro. O menino Filipe cresce e quando completa a idade de 18 anos o pai lhe presenteia com um belo cavalo puro sangue – que sorte. A primeira cavalgada com o belo cavalo Filipe cai e quebra a perna – que azar. Dias depois, chega uma convocação do exército para o jovem Filipe, para que este se apresente com urgência a fim de ser enviado para o campo de guerra – que azar; Filipe não pode ir pelo fato de ter sua perna quebrada – que sorte. Filipe..."

Como o leitor pode notar, eu poderia continuar esta história interminável. No entanto, com ela eu só quero destacar a alternância que há entre a sorte e o azar e como os dois elementos se ajustam na existência humana, revelando-nos que não há determinismo em nenhum desses elementos.

Do exposto, para amenizar a dor do leitor, deixo esta palavra de consolação:

A maioria dos homens que conseguiram se tornar os mais ricos do mundo veio das classes menos favorecidas.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Contraste entre Pastor e lobo

“Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho” (At 20.29)


Pastor e lobo gostam de ovelhas e vivem no meio delas, porém, os interesses os diferenciam.

01. Pastores cultivam o aprisco; lobos criam armadilhas.
02. Pastores buscam o bem das ovelhas; lobos buscam os bens das ovelhas.
03. Pastores vivem à sombra da cruz; lobos vivem à sombra de holofotes.
04. Pastores choram pelas suas ovelhas; lobos fazem suas ovelhas chorar.
05. Pastores têm autoridade espiritual; lobos são autoritários e dominadores.
06. Pastores têm fraquezas; lobos são poderosos.
07. Pastores são ensináveis; lobos são donos da verdade.
08. Pastores têm amigos; lobos têm admiradores.
09. Pastores vivem o que pregam; lobos pregam o que não vivem.
10. Pastores sabem orar no secreto; lobos só oram em público.
11. Pastores vivem para suas ovelhas; lobos se abastecem das ovelhas.
12. Pastores vão para o púlpito; lobos vão para o palco.
13. Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas; lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.
14. Pastores alimentam as ovelhas; lobos se alimentam de ovelhas.
15. Pastores buscam a discrição; lobos se auto-promovem.
16. Pastores usam as Escrituras como texto; lobos usam as Escrituras como pretexto.
17. Pastores se comprometem com o projeto do Reino; lobos têm projetos pessoais.
18. Pastores vivem uma fé encarnada; lobos vivem uma fé espiritualizada.
19. Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem independentes de homens; lobos criam ovelhas dependentes deles.
20. Pastores são simples e comuns; lobos são vaidosos e especiais.
21. Pastores têm dons e talentos; lobos têm astúcias e ardis.
22. Pastores dirigem igrejas-comunidades; lobos dirigem igrejas-empresas;
23. Pastores pastoreiam ovelhas; lobos seduzem as ovelhas.
24. Pastores vivem de salários; lobos enriquecem.
25. Pastores apontam para CRISTO; lobos apontam para si mesmo e para igrejas deles.
26. Pastores são humanos, são reais; lobos são personagens religiosos caricatos.
27. Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas; lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.
28. Pastores quando contrariados silenciam. Aquietam; lobos rosnam e tornam-se agressivos.
29. Pastores se deixam conhecer; lobos se distanciam e ninguém chega perto.
30. Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
31. Pastores são transparentes; lobos têm agendas secretas.
32. Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a CRISTO; lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.
33. Pastores criam vínculo de amizade; lobos aprisionam as ovelhas em vínculo de dependência.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

BÍBLIA DE ESTUDO DAKE

MANIFESTO DA COMADESPE CONTRA A PUBLICAÇÃO DA BIBLIA DE ESTUDO DAKE PELA CPAD


Conforme aprovado em Plenário Convencional, durante a 76ª AGO da COMADESPE, nesta cidade de Bauru, SP, em 28 de janeiro do corrente, segue abaixo o nosso posicionamento com relação à publicação da Bíblia de Estudo DAKE pela CPAD – Casa Publicadora das Assembleias de Deus.


1. Considerando a publicação da Bíblia de Estudo DAKE, pela CPAD, e sua posterior publicidade reforçada por nós, por ser tradição confiarmos nos produtos lançados pela nossa editora, ficando nós assim também comprometidos diante desses irmãos;


2. Considerando os inúmeros questionamentos sobre a referida obra por parte de nossos Ministros filiados, bem como de irmãos pertencentes às igrejas por eles dirigidas;


3. Considerando as heresias confirmadas na Bíblia de Estudo DAKE, conforme já denunciadas pelo Conselho de Doutrina e Comissão de Apologética, conforme se segue:


a) - “Temos muitos exemplos de Deus indo de lugares para lugares, como as outras pessoas” (nota Gênesis 11.5ª - p. 15);


b) - “Aqui, se refere literalmente a uma luta física, provando que Deus tem um corpo e pode ser visto, sentido, segurado e tocado como um homem ou anjo” (nota Gênesis 32.24b - p. 44);


c) - “Além das aparições anteriores, os profetas viram a Deus, sua forma, seu corpo (como o de um homem), seus cabelos, seus olhos, suas partes corporais, suas roupas, seu trono em forma de carruagem descido pelos querubins em visões” (nota 44 - p. 89);


d) - “É óbvio que o próprio Deus fez uma viagem ao Egito para que seus próprios olhos vissem as verdadeiras condições, como fez em algumas outras ocasiões antes de agir nos assuntos dos homens na terra [...] Por essa razão Deus fez uma série de aparições pessoais na terra” (nota Êxodo .16b - p. 102);


e) - “Aqui temos outra prova, dentre as centenas nas Escrituras, de que Deus tem um corpo físico com partes físicas como o homem” (nota Êxodo 24.10b - p. 133);


f) - “Aprendemos com as Escrituras que até Deus e os anjos comem e bebem” (nota Êxodo 24.11c - p. 133);


g) - “Deve ser considerado literalmente [...] Afirma-se claramente que a escrita foi feita pelo dedo de Deus e, uma vez que ele tem mãos e dedos, a afirmação deve ser entendida dessa forma” (nota Êxodo 31.18c - p. 145);


h) - “O trono de Deus está no norte do universo” (nota em Levítico 1.11ª - p. 190);


i) - “A habitação de Deus é o planeta céu” (nota Salmos 33.14ª - p.886). Obs: a palavra “planeta” foi amputada na edição em português);


j) - “Nenhuma declaração nas Escrituras sugere que Deus conhece cada pequeno detalhe de cada ato e pensamento dos agentes da livre moral de toda a eternidade, mesmo antes de ele existir” (nota Deuteronômio 32.19b - p. 367);


l) - “O corpo de Deus é como o de um homem, pois o homem foi criado à sua imagem e semelhança física [...]. Toda essa descrição refere-se a uma das carruagens literais de Deus, nas quais ele se move de um lugar a outro quando bem entende [...]. E Deus também tem muitas outras formas de se mover e ir de um lugar para outro fisicamente, como todos os outros seres existentes. Ele é onipresente, mas não está fisicamente em todos os lugares ao mesmo tempo” (nota Ezequiel 1.26b - p. 1309);


m) - “[...] Deus não muda e não pode mudar seu plano e desígnio original eterno, mas pode mudar - e muda - algumas formas e meios para cumprir os planos” (nota Malaquias 3.6 “não mudo” - p. 1511);


n) - “Deus e os anjos têm um corpo espiritual e, não obstante, eles são corpos reais, tangíveis e materializados” (nota I Coríntios 15.44ª - p. 1846);


4. Considerando que uma Bíblia de Estudo tem maior peso do que qualquer outra obra editada, tais como comentários bíblicos, dicionários e outras publicações de caráter consultivo;


5. Considerando ser a CPAD uma editora de caráter confessional, e que, por conta disso, não deve contrariar os princípios doutrinários basilares da denominação mantenedora;


6. Considerando o não cumprimento da resolução do CONSELHO DE DOUTRINA reunido no dia 18.11.2009, na sede da CGADB, juntamente com a COMISSÃO DE APOLOGÉTICA - estando presentes os nossos representantes nos respectivos conselhos, resolução essa que rejeitou qualquer adaptação às notas, comentários, estudos etc. para uma próxima edição, sugeridas pelos representantes da CPAD, quando o mesmo orientou então a suspensão imediata da venda da BIBLIA DE ESTUDO DAKE, bem como o recolhimento dos exemplares ainda não vendidos.


7. Considerando a não observância das normas estatutárias e regimentais que obrigam uma obra deste vulto ter aquiescência do Conselho de Doutrina, antes da sua publicação, o que não foi observado, mostrando um flagrante desrespeito as normas estabelecidas; conforme o Artigo 65, Parágrafo 2º do ESTATUTO, que diz:


“Os membros do Conselho de Doutrina examinarão os textos de obras encaminhadas pelo gerente de publicação da CPAD, devolvendo-as no prazo entre quinze e sessenta dias, prorrogáveis por igual período, se necessário.”


E ainda o artigo 29, incisos II e III, do REGIMENTO INTERNO, da CGADB, que reforça. Compete a Conselho de Doutrina:


II - deliberar sobre qualquer assunto de natureza doutrinária, direta ou indiretamente relacionado com as Assembléias de Deus no Brasil;


III - deliberar sobre súmulas, textos doutrinários e quaisquer obras a serem publicadas pela Casa Publicadora, obrigatoriamente encaminhadas a este Conselho, pela gerência de publicação da CPAD; (grifo nosso)


8. Considerando que o gerente de publicação da CPAD foi alertado pelos revisores de plantão que seria suicídio publicar, pela Casa Publicadora, a Bíblia de Estudo Dake, devido ao erro estrutural contido nos rodapés, alerta que foi desmerecido;


9. Considerando que houve esforços do nosso representante no Conselho de Doutrina da CGADB, na busca de uma solução que não expusesse a editora, nem os conselhos, nem a denominação, ate agora sem sucesso,


10. Considerando que a referida Bíblia continua a ser vendida sem que sejam avaliados os prejuízos espirituais que trarão ao povo de Deus, agora, e no futuro:


A Convenção dos Ministros das Assembléias de Deus no Estado de São Paulo e Outros DECIDIU, por unanimidade, tornar público sua reprovação à publicação da referida Bíblia, e enviar ofício além da CGADB, à todas as Convenções Regionais das Assembléias de Deus no Brasil, uma vez ser da competência do nosso órgão máximo zelar pela manutenção da doutrina, conforme determina as normas estatutárias, a saber:


Art. 3º. São finalidades da CGADB:


- atuar no sentido da manutenção dos princípios morais e espirituais das Assembléias de Deus no Brasil;


- zelar pela observância da doutrina bíblica, incrementando estudos bíblicos e outros eventos;


- manter o controle de seus órgãos, da Casa Publicadora das Assembléias de Deus – CPAD e das demais pessoas jurídicas existentes ou que venham a existir, quando necessário, propugnando pelo desenvolvimento dos mesmos;


Manifestamos ainda a nossa posição contrária à publicação, pela CPAD, da referida obra, e alertamos os nossos filiados quanto aos perigos das heresias nela contida, e através deste manifesto, tornamos público o nosso pensamento sobre o assunto. Outrossim, deixamos bem claro que esta Convenção, de maneira alguma, se colocou ou se coloca em posição contrária à CPAD, por se tratar da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, que todos nós amamos e respeitamos; nós apenas estamos manifestando nossa indignação pelo material doutrinário espúrio que veio parar na mãos do nosso povo, por conta da não observância e desrespeito às normas estabelecidas pela Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil.


Igualmente, aproveitamos o momento para registrar nossa gratidão a Deus pelo que representa a CPAD para a nossa ASSEMBLEIA DE DEUS, em seus 70 anos de história, bem como o nosso profundo respeito pelos seus gestores, reiterando que nossa posição é pontual e exclusivamente de caráter doutrinário quanto à publicação da Bíblia de Estudo DAKE.


Bauru, 28 de janeiro de 2010


Pela Diretoria,


Pr. Luiz Francisco dos Santos
Primeiro Secretário


Pr. Carlos Roberto Silva
Vice Presidente Executivo


Pr. José Ezequiel da Silva
Presidente


Fonte: Site da COMADESPE

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A Doença da Insatisfação


Texto bíblico: Mt 11.16-19


Introdução:

Esse pessoal do qual Jesus está falando no texto, sofre desta enfermidade, desta doença. São os líderes religiosos de Israel, que não tinham como se sentir agradados por nenhuma das revelações de Deus para eles.

Deus enviou João Batista, um tipo ermitão que se vestia com simplicidade, coberto de peles de camelo e de cabra; comia uma dieta frugal de gafanhotos e mel silvestre; não aparecia em praça pública nem em festas; vivia recluso no deserto e era ouvido pelo eco de sua voz que invadia a urbanidade, de onde as pessoas, atraídas e seduzidas pelo seu clamor profético, iam ao deserto para ouvi-lo. Mas, mesmo João, não conseguiu agradar aos lideres religiosos de Israel, pois eles o contemplavam dizendo: este é um possesso, um esquizofrênico, ta cheio de demônios, um maluco, não vêem como ele se altera quando fala?!

Ai Deus resolve dar a eles um outro prato, não era um prato de hortaliças sem sabor e tempero; ao contrário, Ele serve o prato mais fascinante que havia, a oferta mais deliciosa, o quadro mais bonito, a jóia mais preciosa; Ele invade a história dessas pessoas com a maior sedução religiosa que poderia haver.

Ele envia Jesus de Nazaré. E Jesus é o oposto. Seis meses mais novo que seu primo João Batista, mas totalmente diferente. Ele veste uma roupa que poderíamos chamar de griffe, tanto que na sua morte os guardas romanos disputaram para ver quem ficava com ela, era uma túnica especial que não tinha nenhuma costura. Gosta de festas, vai a banquetes, come de tudo que lhe servem e recomenda aos seus discípulos que façam o mesmo:

“Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for oferecido.” Lc.10:7

Bebe vinho, e, mais do que isto: transforma água em vinho; não era suco de uva, era vinho mesmo e dos bons.

Não exige “vestibular espiritual” para as pessoas se aproximarem dele, qualquer ser humano pode ser incluído. Vai ao deserto apenas para orar, mas gosta mesmo é de estar nas ruas, nas esquinas, nas praças. É completamente diferente do anterior, do ermitão, do isolado, do monástico, afastado primo. É urbano, presente, alegre, feliz, inclusivo, fascinante.

Mas chegam os lideres de Israel e dizem: “A gente não gostou deste também. Olhe só! Um comedor, amigo de publicanos e pecadores, bebedor de vinho, entregue à boêmia espiritual. Não queremos nada com Ele também.”

O que Jesus está dizendo é: “Nem Deus sabe o que fazer com vocês. Gente do tipo de vocês nem Deus consegue fazer feliz”. Deus fica perplexo olhando gente assim e pensa: de João Batista a Jesus, Eu dei tudo e eles não gostaram de nada.”

Este texto fala da doença da insatisfação. Apresenta-nos a pessoas incapazes de serem atendidas nos seus reclamos e necessidades interiores; é gente viciada num mau humor crônico, seres humanos que nos dias quentes desejam o frio e nos dias frio anelam pelo calor. São aqueles que na praia se queixam do mormaço desejando o clima fresco das montanhas, e nas montanhas reclamam da sensação de vertigem impressionável que experimentam.

Diante da extroversão, pessoas assim reclamam de que gostariam de que o extrovertido fosse mais discreto, e na introversão, que é impossível lidar com uma timidez tão grande. São criaturas para quem não há nada completo, nada satisfatório.

Você deve estar se perguntando o que isto tem a ver comigo?

Este fenômeno que Jesus detectou na vida dos religiosos de Israel se repete na existência de muitos de nós. É como doença, uma incapacidade essencial de apreciar dádivas. É uma incapacidade de descobrir valores, uma limitação que não nos permite manter a mente aberta para coisas novas, de viajar tolerantemente de um extremo a outro da vida saboreando as ofertas que ela nos oferece.

E esta é uma doença que atinge não apenas líderes religiosos mas todos os seres humanos, e assim como ela se manifestou tão forte na experiência de Jesus, se manifesta agudamente em qualquer outra experiência da vida.

1) Meninos nas praças: Jesus está descrevendo um episódio do cotidiano, uma situação rotineira, que tinha a ver com o fato de que os meninos se organizavam em grupos e iam brincar nas praças, no descampado, na aldeia, na vila. Crianças brincam. Jesus , vendo a atitude de alguns meninos, diz aos religiosos: “Vocês sofrem de infantilismo emocional básico, vocês são como crianças nas praças, emburradas, tomadas por um mau humor crônico, incapazes de aproveitar a luz do dia.”

2) Esses meninos estavam sentados, gritando: Tanta gente gritando em vez de star gemendo o gemido da alegria; tanta gente cultivando hostilidade em vez de estar usando essa energia na brincadeira que faz a alma feliz. Tanta gente gritando, discutindo, reclamando...

3) Os meninos viviam na negatividade: A gente pode ser negativo até quando fala de coisas positivas, e positivo até quando fala de coisas negativas. Essas pessoas ouvem falar de flauta mas respondem com amargura ao som tão belo e poético da música. Para eles a vida é toda negativa. Não choram com solidariedade e não se juntam à alegria

A Crise do Ser


Exórdio:

William Shakespeare, em Hamelet, trouxe a lume um dos maiores conflitos humanos: «Ser ou não Ser?». Hoje, segundo análise do escritor e teólogo Francis Schaeffer, «o que é torna-se o referencial absoluto do que deveria ser». O que as pessoas dizem de você não é tão importante como quando você se deixa influenciar pelo que elas pensam de você. Aqui está o x da questão. Já dizia certo escritor: «Se não podemos ser fortes por dentro, devemos pelo menos tentar impressionar». Nesta linha de pensamento Maquiavel lança o seu torpedo: «O melhor é parecer que é do que ser realmente». Em contrapartida, a Bíblia vem e diz que as pessoas não devem fingir nem mentir; devem ser o que realmente são, mas sempre desejando crescer e melhorar. Grosso modo, a Palavra de Deus também afirma que ninguém deve pensar de nós além do que nós realmente somos, a fim de que não sejamos o que as pessoas acham que nós somos; querem que nós sejamos. Ou seja: ninguém deve subestimar ou superestimar uma pessoa.

I. O TEMOR DE NÃO SER

A. A TIRANIA DA LEI DO «NÃO TER CONSEGUIDO». Passamos a vida toda, na igreja, com medo de não ser, não ter conseguido, que, por fim, deixamos de ser porque não sabemos mais o que somos.

B. AS IMPOSIÇÕES DOS PADRÕES DE SANTIDADE A PARTIR DE BIOGRAFIAS SUPERESTIMADAS. Quando novo convertido eu gostava muito de ler os clássicos da biografia protestante: Moody, Finney, Savonarola, «o homem que orava», etc. Só que ficava deprimido após essas leituras, talvez porque os biógrafos não tivessem o cuidado de narrar as fragilidades do biografado. Ora, se a Bíblia faz questão de ressaltar o lado frágil de todos os seus heróis porque uma biografia contemporânea deveria ser diferente?

C. A OPRESSORA LEI DO «NÃO PODE». Ficamos tão amargurados e agoniados com o que «não podemos fazer» que nos esquecemos de fazer o que podemos. Submetemo-nos a inúmeros preceitos, princípios e valores que achamos direito porque lá no fundo pensamos que por isso seremos salvos. O triste disso tudo é descobrir que todo este esforço, se não é feito com bases na Graça de Deus, é obra da carne, ou seja, esforço inútil. Com isso não quero dizer que você não deva se esforçar para fazer o melhor para Deus. Contudo, que tudo seja feito a partir da idéia de que Jesus Cristo é o sacrifício que nos livra do sacrifício.

II. A LUTA ENTRE A LEI E A GRAÇA NO CORAÇÃO DO HOMEM

A. NÃO VIVEMOS MAIS DEBAIXO DA LEI. Precisamos entender que não estamos vivendo sob a Lei, mas debaixo da Graça. Não é que a Lei seja má. Só que, sob a lei, o homem se torna um esquizofrênico: faz o que não quer e quer o que não pode fazer.

B. PENSANDO SEGUNDO A LEI, MAS FAZENDO O CONTRÁRIO DO QUE PENSA. A lei não tem nenhuma força libertadora: o homem quer algo segundo a lei e faz justamente o que não quer.

C. O DILEMA DO HOMEM NÃO JUSTIFICADO PELA FÉ EM CRISTO. O que Paulo está nos mostrando em Romanos 7.14-25 é o homem não justificado pela fé em Cristo Jesus e que, por isso, passa os dias da sua vida em conflito resultante de querer ser salvo por seus próprios méritos.

III. VITÓRIA SOBRE O «CORPO DA MORTE»

A expressão «corpo da morte», na teologia paulina, refere-se à natureza pecaminosa.

A. O PECADO COMO «SENHOR DO HOMEM» (Rm 6.14,16,17). O mundo jaz no maligno e por essa razão o homem natural, não regenerado, é arrastado pela força do pecado a quem presta obediência. Para o indivíduo não regenerado o pecado atua como senhor, determinando todo tipo de práticas diabólicas e imorais. O ser humano precisa recorrer a Cristo para ter forças para vencer seus pecados visíveis e secretos. O domínio do pecado, o antigo senhor do homem natural, é quebrado quando morre o servo.

B. O SALÁRIO DO PECADO (Rm 6.23). Quando o homem erra o alvo ele entrega sua mente, coração e corpo como instrumentos de iniqüidade e passa a trabalhar para o reino das trevas, e satanás lhe dá a sua paga – morte e destruição. E a morte física e espiritual gerará a morte eterna. Pois quem semeia vento colhe tempestade. O pecado é como um bombom coberto de açúcar, por fora é muito fino, mas no interior é extremamente amargo. Os prazeres passam e o preço pago por esses prazeres é alto demais. Não esqueçamos o que diz Provérbios 6.27,28: «Tomará alguém fogo no seu seio, sem que seus vestidos se queimem? Ou andará alguém sobre as brasas, sem que se queimem os seus pés?»

C. A VITÓRIA SOBRE O PECADO (Rm 8.1-3). O segredo para o crente ter vitória sobre o pecado é viver e andar no Espírito. Apesar de ser uma criatura caída, o homem não perdeu sua personalidade e continua possuindo intelecto, emoções e vontade. Mas sem a intervenção divina o homem se torna débil contra as influências de satanás. O caminho para a vitória do pecador é render-se a Cristo e assim ser liberto do poder, da poluição e penalidade do pecado.

CONCLUSÃO:

Diante do exposto, só há uma coisa a fazer – e muito rápido: pedir ao Espírito Santo que derrame Graça em nossa vida para podermos alcançar vida triunfante. Melhor dizendo: vida equilibrada e coerente com os princípios bíblicos e eternos.

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