sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A Doença da Insatisfação


Texto bíblico: Mt 11.16-19


Introdução:

Esse pessoal do qual Jesus está falando no texto, sofre desta enfermidade, desta doença. São os líderes religiosos de Israel, que não tinham como se sentir agradados por nenhuma das revelações de Deus para eles.

Deus enviou João Batista, um tipo ermitão que se vestia com simplicidade, coberto de peles de camelo e de cabra; comia uma dieta frugal de gafanhotos e mel silvestre; não aparecia em praça pública nem em festas; vivia recluso no deserto e era ouvido pelo eco de sua voz que invadia a urbanidade, de onde as pessoas, atraídas e seduzidas pelo seu clamor profético, iam ao deserto para ouvi-lo. Mas, mesmo João, não conseguiu agradar aos lideres religiosos de Israel, pois eles o contemplavam dizendo: este é um possesso, um esquizofrênico, ta cheio de demônios, um maluco, não vêem como ele se altera quando fala?!

Ai Deus resolve dar a eles um outro prato, não era um prato de hortaliças sem sabor e tempero; ao contrário, Ele serve o prato mais fascinante que havia, a oferta mais deliciosa, o quadro mais bonito, a jóia mais preciosa; Ele invade a história dessas pessoas com a maior sedução religiosa que poderia haver.

Ele envia Jesus de Nazaré. E Jesus é o oposto. Seis meses mais novo que seu primo João Batista, mas totalmente diferente. Ele veste uma roupa que poderíamos chamar de griffe, tanto que na sua morte os guardas romanos disputaram para ver quem ficava com ela, era uma túnica especial que não tinha nenhuma costura. Gosta de festas, vai a banquetes, come de tudo que lhe servem e recomenda aos seus discípulos que façam o mesmo:

“Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for oferecido.” Lc.10:7

Bebe vinho, e, mais do que isto: transforma água em vinho; não era suco de uva, era vinho mesmo e dos bons.

Não exige “vestibular espiritual” para as pessoas se aproximarem dele, qualquer ser humano pode ser incluído. Vai ao deserto apenas para orar, mas gosta mesmo é de estar nas ruas, nas esquinas, nas praças. É completamente diferente do anterior, do ermitão, do isolado, do monástico, afastado primo. É urbano, presente, alegre, feliz, inclusivo, fascinante.

Mas chegam os lideres de Israel e dizem: “A gente não gostou deste também. Olhe só! Um comedor, amigo de publicanos e pecadores, bebedor de vinho, entregue à boêmia espiritual. Não queremos nada com Ele também.”

O que Jesus está dizendo é: “Nem Deus sabe o que fazer com vocês. Gente do tipo de vocês nem Deus consegue fazer feliz”. Deus fica perplexo olhando gente assim e pensa: de João Batista a Jesus, Eu dei tudo e eles não gostaram de nada.”

Este texto fala da doença da insatisfação. Apresenta-nos a pessoas incapazes de serem atendidas nos seus reclamos e necessidades interiores; é gente viciada num mau humor crônico, seres humanos que nos dias quentes desejam o frio e nos dias frio anelam pelo calor. São aqueles que na praia se queixam do mormaço desejando o clima fresco das montanhas, e nas montanhas reclamam da sensação de vertigem impressionável que experimentam.

Diante da extroversão, pessoas assim reclamam de que gostariam de que o extrovertido fosse mais discreto, e na introversão, que é impossível lidar com uma timidez tão grande. São criaturas para quem não há nada completo, nada satisfatório.

Você deve estar se perguntando o que isto tem a ver comigo?

Este fenômeno que Jesus detectou na vida dos religiosos de Israel se repete na existência de muitos de nós. É como doença, uma incapacidade essencial de apreciar dádivas. É uma incapacidade de descobrir valores, uma limitação que não nos permite manter a mente aberta para coisas novas, de viajar tolerantemente de um extremo a outro da vida saboreando as ofertas que ela nos oferece.

E esta é uma doença que atinge não apenas líderes religiosos mas todos os seres humanos, e assim como ela se manifestou tão forte na experiência de Jesus, se manifesta agudamente em qualquer outra experiência da vida.

1) Meninos nas praças: Jesus está descrevendo um episódio do cotidiano, uma situação rotineira, que tinha a ver com o fato de que os meninos se organizavam em grupos e iam brincar nas praças, no descampado, na aldeia, na vila. Crianças brincam. Jesus , vendo a atitude de alguns meninos, diz aos religiosos: “Vocês sofrem de infantilismo emocional básico, vocês são como crianças nas praças, emburradas, tomadas por um mau humor crônico, incapazes de aproveitar a luz do dia.”

2) Esses meninos estavam sentados, gritando: Tanta gente gritando em vez de star gemendo o gemido da alegria; tanta gente cultivando hostilidade em vez de estar usando essa energia na brincadeira que faz a alma feliz. Tanta gente gritando, discutindo, reclamando...

3) Os meninos viviam na negatividade: A gente pode ser negativo até quando fala de coisas positivas, e positivo até quando fala de coisas negativas. Essas pessoas ouvem falar de flauta mas respondem com amargura ao som tão belo e poético da música. Para eles a vida é toda negativa. Não choram com solidariedade e não se juntam à alegria

4 comentários:

  1. Parabéns por seu texto, Flávio! Ele reflete uma realidade social contemporânea (aliás, várias passagens bíblicas o fazem) com a qual parecemos não saber lidar: aceitar e agradecer a Deus por tudo o que Ele nos concede, porque é por Seu infinito amor que assim procede. Isso eu chamo de felicidade. Abraços do vizinho e irmão em Cristo, Mauro.

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  2. Caro irmão e companheiro
    Pr. Flávio Constantino,

    A Paz do Senhor!

    Parabéns pelo blog.
    Já estou seguindo e também o incluí em meu bloglist lá no POINT RHEMA.
    Seja bem vindo à blogosfera cristã!

    Um grande abraço!

    Pr. Carlos Roberto

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  3. Querido irmão e vizinho Mauro. Obrigado por mais uma vez se apresentar tão atencioso as sus leituras. É uma honra para mim com a sua inteligência nos visitar e comentar as nossas reflexões. Que Deus lhe abençoe.

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  4. Meu amado Pastor Carlos estou imensamente feliz pela visita tão ilustre do nobre pastor aqui em nosso blog. Ser incluido em seu bloglist é muito para mim tendo em vista o que o senhor é e representa para nós.

    Um forte abraço de seu conservo.

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