sexta-feira, 21 de maio de 2010

Os "Filhos do Reino" - Quem são eles hoje? ( parte III )


A presença do Reino de Deus em Cristo era a mais revolucionária de todas as ações divinas entre os homens. Isto posto é alienação buscar o Reino de Deus tão-só dentro da esfera subjetiva – um Reino para o coração – porque isso reduz o objetivo para o qual o Reino de Deus se manifesta – e se manifesta através da Igreja, que é o agente da revelação do Reino de Deus hoje entre os homens. A igreja é o agente do Reino de Deus e por isso não pode ser confundido como o próprio Reino, porque na própria história vimos que a igreja visível pode ser tornar às vezes um anti-reino.

Falamos assim porque interpretar a Igreja como o Reino de Deus é cair na tentação de pensar que o fato de pertencer à Igreja é garantia suficiente de que estamos dentro.

Mas o que parece ser verdade absoluta é desmascarada por Jesus, porque Ele é quem diz que “os filhos do reino” serão lançados para fora, onde haverá choro e ranger de dentes. Significa dizer, entre outras coisas, que estar na Igreja é muito bom e maravilhoso, mas isso não nos traz nenhuma segurança, se não estivermos vivendo verdadeiramente a realidade do Reino de Deus em sua missão de incluir os excluídos e trazer justiça onde houver injustiça, paz onde houver ódio, vida onde houver morte.

Em relação a isso eu diria que o discurso da Igreja atual se difere do discurso de Jesus no Novo Testamento em pelo menos três aspectos essenciais:

1.Primeiro, pela ausência da denúncia profética. A igreja ficou tão preocupada com o lado da sua interioridade (algo de fato muito importante) e terminou esquecendo de suas responsabilidades sócio-politica como voz profética. A denúncia profética, que evoca sempre a justiça e o equilíbrio social, sempre foi o elemento – chave no combate da Igreja contra os ídolos da morte e da escravidão, criados pelas sociedades injustas.

2.Segundo, pela presença de uma espiritualidade a - histórica. A Igreja Evangélica, por muito tempo, ficou engajada num discurso anti-social, espiritualizado e sublimando tudo o que podia: a fome, a sede, a dor, a miséria, a opressão, a doença e até mesmo a morte; negando todo tempo a realidade, não conseguindo unir o espiritual ao histórico. Isso se tornou um tremendo desastre para a Igreja, que acabou perdendo espaço social e político.

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