“Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele
que de lá desceu: o Filho do Homem” (Jo 3.13).
Neste texto, João sustenta que o direito que Jesus possuía para falar de Deus provinha do fato de que conhecia pessoalmente a Deus. Ou seja: Jesus veio diretamente dos arcanjos do céu à Terra. Logo, o que dizia aos homens era literalmente a verdade divina. O direito de Jesus para falar vem diretamente do que Jesus foi e é: a mente de Deus encarnada. Jesus não é uma metáfora sobre Deus; não é uma idéia de Deus, mas, sim, a imagem visível do próprio Deus.
Esta teologia é-nos extremamente significativa na medida em que nos desafia a repensar a pessoa de Deus de forma mais coerente e bíblica em meio a tantos conceitos equivocados sobre Deus. Isto porque a visão da igreja tem de Deus quase sempre O transforma na imagem e semelhança de si mesma. Eu adiro ao pensamento do escritor evangélico que diz que não apenas os pagãos, mas os cristãos têm um Deus à sua imagem e semelhança. O Deus de suas teologias sistemáticas, dogmas, projeções, de forte componente antropomórfico e antropológico, sintonizado com as fraquezas e limitações humanas. Não só a visão da igreja, mas também a sua missão, o seu comportamento, a sua presença, as suas idiossincrasias refletem o conceito de Deus que ela possui. Ou seja: O conceito, a teologia, a doutrina que a igreja tem de Deus, termina tomando o lugar de Deus. A rigor, toda verdade oficial, convencionada, estereotipada, estratificada sobre Deus é segundo a imagem e semelhança daqueles que a constroem.
Por estas e outras razões, a igreja tende a pensar Deus a partir dos seus preconceitos e O reduz ao tamanho da teologia que O forja.
A igreja evangélica no Brasil, anestesiada pela alienação, pelo medo, pela acomodação, pelos privilégios, pela “teologia” caipira norte-americana que nos afoga, parece ter perdido a visão do reino e sua responsabilidade em sua implantação.
Tudo isso faz com que a igreja perca o Reino de Deus. E os motivos pelos quais a igreja tem estado na contramão da vontade de Deus são vários. Senão vejamos:
1.Primeiramente, a igreja evangélica vem perdendo o Reino de Deus porque não consegue enxergá-lo além da igreja local. Alguns muitos cristãos não conseguem viver uma vida cristã fora das quatro paredes de sua igreja. Tudo que pensam em termos de obra de Deus é sempre a partir de dentro: suas festas, seus congressos, até suas fofocas, enfim, são perspectivas sempre locais. Como disse certo escritor, é um tipo de eclesiologia tribal, porque isola os seus membros do mundo e das outras igrejas; a nossa igreja é sempre a melhor; nossa banda, coral, conjunto.
2.Em segundo lugar a igreja evangélica vem perdendo o Reino de Deus porque não consegue ir além de uma perspectiva meramente denominacional. Aparentando um pouco mais de “abertura”, alguns cristãos conseguem enxergar o Reino além de suas igrejas locais. Todavia, persistem numa visão denominacional (uma eclesiologia clânica). Fazem da denominação uma liga sagrada e de suas congregações o meio da denominação, promovendo seus usos, costumes, maneirismos, dialeto, tipologia comportamental, etc.
Esses dois grupos anunciam um Reino de Deus sem pulsação história, alienado, ausente das questões mais nevrálgicas da sociedade em que vivemos. Segundo eles Deus reina sobre indivíduos isolados, na base do “cada um por si Deus por todos”. Vêem o Reino literalmente apenas “dentro”, numa visão intimista, individualista, egoísta, absenteísta do Reino, que nos lega o liberalismo burguês ocidental contemporâneo.
3.Em terceiro lugar a igreja evangélica vem perdendo o Reino porque se acostumou a anunciá-lo apenas para o outro mundo, para depois da morte. Esta concepção confunde o além do Reino com todo o Reino. A plenitude do Reino é confundida com todo o Reino.
Para esses cristãos “o mundo jaz no maligno” e não adianta fazer nada por ele. O mundo vai de mal a pior, e o que nos cabe fazer é “esperar a vinda de Cristo”. O “mundo” para eles não é igual a estado de coisas, sistemas engendrados pelo pecado, estruturas pecaminosas, modelos antibiblicos. “Mundo” para ele é o planeta terra, que Deus teria deixado algumas ilhas, as igrejas, onde os salvos poderão obter, provisoriamente, “abrigo diplomático”.
Esta visão antropocêntrica exagerada culminou em verdadeira orgia destrutiva da biosfera. Nós cristãos esquecemos a dimensão telúrica da “nova Terra” e nos fixamos num “novo Céu” distante e sem historicidade. Isto porque quando pensamos em “nova terra” pensamos se tratar de “outra terra”. Mas o apocalipse, nenhuma só vez, fala de uma “outra terra” e de um “outro céu” e sim de um “novo céu” e de uma “nova terra”. Esquecemos culposamente que Jesus Cristo redimiu, não apenas o homem, mas também o Cosmo. Se o principio redentor foi uma “nova criação” e Deus recapitulou tudo no Cristo, a natureza foi afetada pela obra salvífica do Deus humanizado. Isaias e Miquéias vigorosamente sustentam que a salvação de Deus não se estenderá apenas a Israel e às nações. Abrangerá a própria natureza. O céu e a terra serão renovados no dia do Senhor.
A igreja pode até achar que não é o Reino, não se confunde com ele, mas é sua “vanguarda”, sua agência, sua antecipação, sua presença histórica. Mas por ter um Deus pequeno, ou por ser tímida, torna-se descrente de suas possibilidades e deriva para o platonismo, para o espiritualismo, para o subjetivismo, para o intimismo, para o sectarismo, para o denominacionalismo.
Israel falhou em ser antecipação histórica do Reino: no culto, na moral, e na organização sócio-politica-econômica. Por isso conheceu exílio e decadência.
Olá pastor
ResponderExcluirParabéns pelo blog, já me tornei seguidor. Tenho também um blog cristão e podemos fazer uma parceria. http://valdivannascimento.blogspot.com
Querido Pastor Valdivan,
ResponderExcluirA Paz do Senhor,
Obrigado pela sua visita por aqui. Já estou te seguindo no seu blog.
Um grande abraço,
No Amor de Cristo,
Pastor Flavio Ferreira Constantino.
Caro Pastor Flávio Constantino.
ResponderExcluirA Paz do Senhor!
Esta noite de (segunda pra terça) tive um sonho com o senhor.
Eu não costumo sonhar, então quando sonho fico um pouco surpreso e apreensivo.
No sonho eu via o senhor em lugar que precisamente não sei se é um bairro ou uma cidade, chamado POMPÉIA. O senhor estava neste lugar com uma igreja. Só que eu não conseguia entender se o senhor morava lá ou somente foi pra inauguração de uma igreja lá.
As duas coisas muito nitidas pra mim no sonho era o nome do senhor (Pr. Flávio Constantino) e o nome do lugar (POMPÉIA).
Como não tenho costume de sonhar com frequencia, estou repassando pro senhor o que sonhei.
Pode ser simplesmente um sonho de barriga cheia, como pode ser uma visão. Eu particularmente fico com a segunda opção.
Depois que ler o comentário, apague se preferir.
No demais pode me encontrar pode me achar no msn ou deixar um comentário o meu blog.
Abraço em Cristo, Alexandre Pitante.
Querido Alexandre Pitante,
ResponderExcluirA Paz do Senhor,
De fato Deus lhe deu algo. Sobre essa visão eu falarei com você no msn. Mas a coisa é de Deus.
Um grande abraço,
No Amor de Cristo,
Pastor Flavio Ferreira Constantino.