segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Teologia do Século 19 (final)


Desde 1890, estes “resultados do método histórico-critico” foram estudados em relação com a historia das demais culturas do Oriente Médio (“a escola da história das religiões”). Semelhanças foram descobertas entre a religião de Israel e as religiões de mistério.

Até o próprio Jesus foi o produto do Seu ambiente: um messias judaico que pregou que o fim do mundo sucederia em breve. Esta teologia terminou com Ernesto Troeltsch: “O cristinaismo é a religião mais desenvolvida, mas não a absoluta”. No período naturalista no fim do século 19, muitos consideraram a fé bíblica como o produto de uma evolução.

Assim terminou o vigoroso movimento teológico do século 19 onde tinha começado: o homem pensador. A fé bíblica foi considerada o produto de uma evolução. Não faltou de tudo, neste século, uma teologia que se preocupasse com a Palavra como a revelação autorizada. Por exemplo, Rudolf Otto, autor de O Santo e Karl Holl, despertador de um interesse novo no estudo de Lutero.

Em vez de ser revelada, a religião cristã é evoluída, como todas as demais religiões. Com estas, o cristianismo mostra muitas semelhanças básicas, sendo somente mais desenvolvido. Assim consideraram muitos teólogos a fé cristã no fim do século 19.

Nos desenvolvimentos teológicos do século 19, houve duas figuras originais que se opuseram às tendências gerais: Kohlbrugge e Kierkegaard. Todos ests dois rejeitaram qualquer autoridade além da Palavra. Kohlbrugge, um holandês, e Kierkegaard, leigo dinamarquês, insistiram em basear a teologia exclusivamente na autoridade inequívoca da Palavra.

Hermann Frederico Kohlbrugge (1803-1875) reagiu contra o pietismo com sua ênfase no homem. Com Kohlbrugge, como nos casos de Agostinho e Lutero, o redescobrimento da mensagem de Romanos trouxe conseqüências revolucionarias.

Conforme Kohlbrugge, Paulo, em Roamanos 7.14 quer dizer que até o homem regenerado continua a ser “carnal”; só Cristo é “espiritual”. Como, então, Cristo é nossa justificação, Ele também é nossa santificação. Sim, disse Kohlbrugge, nossa santificação é Cristo, toda tentativa do homem santificar-se é pecaminosa, mais uma forma do pecado primitivo, isto é, desejo do homem de ser algo em si mesmo. Assim afirmou o holandês Kohlbrugge.

Parece que ele redescobriu o radicalismo da fé (só!) proclamado pelo próprio Lutero. Foi acusado de menosprezar a lei, como Paulo também foi. Kohlbrugge e seus discípulos gostavam de citar passagens como Salmo 81.11; Isaias 55.1 e Mateus 10.8.
Soren Kierkegaard (1813-1855) também reagiu: contra a secularização do cristianismo da sua época. Kierkegaard queria ensinar ao homem a verdade esquecida: ser um cristão é assunto sério! Crer significa arriscar, sacrifício de si mesmo, sofrimento. Kierkegaard percebeu que a Igreja contemporânea não compreendia nada disso!

Autor: Rev. Paulo César Lima

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