domingo, 19 de agosto de 2018

SOLILÓQUIO




Originário do latim, o termo solilóquio possui o sentido de “falar sozinho em voz alta”. Trata-se de um conceito associado ao monólogo, sendo uma técnica frequentemente utilizada nas peças teatrais e obras literárias.

O solilóquio é um tipo de discurso que presume que o personagem aja como se estivesse inteiramente desacompanhado, articulando e enunciando os seus pensamentos e sentimentos em voz alta.

Do latim soliloquĭum, a técnica solilóquio é bastante utilizada no romance e na dramaturgia. Na literatura, o termo foi consagrado por Santo Agostinho em seu “Líber Soliloquium”.

Este recurso literário sempre é feito na primeira pessoa, direcionando o seu discurso ao leitor como se estivesse conversando com um interlocutor que permanece calado o tempo inteiro. Foi utilizado regularmente durante os séculos XVI e XVII, como podemos observar na obra “Hamlet”, de William Shakespeare. O escritor inglês escreveu um dos solilóquios mais famosos da história: “Ser ou não ser, eis a questão”.

Durante o século XX,  este recurso tornou-se bastante frequente nas obras literárias, e também pode ser facilmente encontrado no teatro, em animações, filmes e em óperas. No psicodrama, o solilóquio é compreendido como a técnica em que o diretor “congela” a cena e solicita ao protagonista que exponha os seus sentimentos em voz alta.

Considerações à parte, o próprio Salmista no Salmo 42 verso 5 utilizou-se desse recurso quando ele diz: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença”.

Parece coisa de “maluco”, mas é importante desenvolvermos o hábito de falarmos conosco, falar olhando para o espelho, falar o que edifica, o que nos traz esperança e equilíbrio. Quem ainda não teve essa desconcertante experiência?

Quando estamos vivendo dias de angústia, sofrimento, vazio existencial, quando nada faz sentido pra nós, quando somos tomado por um pessimismo incurável, radical, de que nada vai acontecer, nada vai mudar, quando a desesperança bate à porta  e nos deixa emocionalmente ansioso, é hora de solilóquio. É hora de olharmos pra dentro de nós e vê quem de fato nós somos, o que temos feito com aquilo que somos, é hora de resignificar, é hora de ajustar as velas.

O salmista nos ensina a posicionarmos a nossa  vida naquilo que acreditamos baseado nas Escrituras, sabendo que não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.

 Isso porque, quem almeja viver não se mantém ansioso. A salvação mora no sossego. O possível, nem sempre o melhor, só vira matéria prima do contentamento em corações calmos. A alma implora por descanso. O corpo avisa que o desespero de desejar mais e mais produz descargas hormonais adoecedoras. É necessário dar um passo de cada vez e esperar pelo amanhã.  Os apressados, que tentam se antecipar o sereno da madrugada, cansam logo.

SOLILÓQUIO!!! Quero dizer para minha alma que continuarei a andar na presença do Senhor, quero lembrar que já tomei o cálice da salvação, que o Senhor Jesus foi à cruz e me libertou, já faço parte dos remidos, e meu nome está escrito no livro da vida. Ao invés de prostrados, ficaremos confiantes, sossegados em um Deus que é generoso, e que cumpre as suas promessas.

SOLILÓQUIO!!! Quero entender o significado de simplicidade e perceber que a verdadeira vida se esconde no momento despretencioso, despido de glamour. Os nascidos do Espírito são livres, leves, transparentes. Que minha simplicidade seja como uma janela aberta para a aragem sutil que sopra a infinita e imperceptível presença do Divino.

SOLILÓQUIO!!! Quero continuar acreditar que a esperança é uma força que nos move a lutar, não porque vai dar certo, mas porque vale a pena. Os medíocres buscam a gratificação imediata dos seus atos. Os nobres pelejam pelo mero privilégio de se acharem dignos da causa a que foram convocados. Muitos já lutaram sem jamais alcançarem promessa alguma. Lembre-se: "mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando o seu livramento; outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados, errantes pelos desertos e montes, pelas covas e cavernas da terra. Esses receberam o maior elogio da Bíblia: homens e mulheres dos quais o mundo não era digno ".(Hebreus 11.35-39).

SOLILÓQUIO!!! Quero aprender com o salmista no último verso (11) quando diz: “Por que estás abatida, ó minha alma, e porque te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu Deus."


Soli Deo Gloria
Flavio Constantino

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