É natural ao coração humano a busca de conforto, status, poder e tudo quanto vem agregado a estas realidades. Tiago, João e sua mãe foram até Jesus solicitar tais privilégios na consumação do Reino de Deus. Jesus não disse nem que sim, nem que não, mas aproveitou para reforçar que o Reino de Deus é reino de servos e, portanto, os servos são os verdadeiros governantes do mundo. No Reino de Deus, o privilégio e o ônus de governar não é das “pessoas importantes”, mas dos servos, até porque, governar é servir. No Reino de Deus, a maneira de governar não é exercendo domínio sobre os governados, mas servindo os governados, até porque, governar é servir. Na lógica do Reino de Deus, o oposto também é verdadeiro: servir é governar.
Não é por menos que em qualquer sociedade humana existem mais clientes do que servos. Servir não é privilégio de muitos. Servir é para gente grande. Servir é para gente que conhece a si mesma, e está segura de sua identidade, a tal ponto que nada nem ninguém o diminui. Servir é para gente que conhece o coração das gentes, de tal maneira que nada nem ninguém causa decepção suficiente para que o serviço seja abandonado. Servir é para quem conhece o amor, de tal maneira que desconhece preço elevado demais para que possa continuar servindo. Servir é para quem conhece o fim a que se pode chegar servindo e amando, de tal maneira que não é motivado pelo reconhecimento, a gratidão ou a recompensa, mas pelo próprio privilégio de servir. Servir é para gente parecida com Jesus. Servir é para muito pouca gente.
Para servir é necessário sair da zona de conforto, isto é, fazer o indesejado, dedicar tempo para tarefas pouco atraentes, assumir responsabilidades desprezadas pela maioria, fazer “o trabalho sujo”, enfim fazer o que ninguém gosta de fazer. Para servir é necessário vencer o orgulho, isto é, se dispor a ser tratado como escravo, ter os direitos negligenciados, ser desprestigiado, sofrer injustiças, conviver com quase nenhum reconhecimento, enfim, não se deixar diminuir pela maneira como as pessoas tratam os que consideram em posição inferior. Para servir é necessário abrir mão dos próprios interesses, isto é, pensar no outro em primeiro lugar, ocupar-se mais em dar do que em receber, calar primeiro, perdoar sempre, sempre pedir perdão, enfim, fazer o possível para que os outros sejam beneficiados ainda que ás custas de prejuízos e danos pessoais.
A Igreja, pode e deve ser vista, portanto, como uma escola de servos. Uma escola onde aprendemos que somos portadores do DNA de Deus, dignidade que ninguém nos pode tirar. Uma escola onde aprendemos que, por mais desfigurado que esteja, todo ser humano carrega a imagem de Deus. Uma escola onde aprendemos a amar, e descobrimos que, se “não existe amor sem dor”, jamais se ama em vão. Uma escola onde aprendemos que “mais bem aventurada coisa é dar do que receber”.
Servir é mesmo privilégio de poucos. De minha parte, preferiria ser servido. Mas aí teria de abrir mão do Reino de Deus. Teria que abrir mão de desfrutar do melhor de mim mesmo. Teria de abrir mão de você. Definitivamente, me custaria muito caro. Nesse caso, continuo na escola.
Prezamigo pr. Flávo constantino,
ResponderExcluirA paz do Senhor!
Esta sua matéria é um ensino para quem deseja ser um servo e servir -realmente- com a característica de quem conhece a responsabilidade diante de Deus entregue a igreja.
Quem não serve para servir, com certeza, não serve para ser um servo de Deus.
O Senhor seja contigo, nobre pastor!
O menor de todos.
Caro Pr. Flávio Constantino.
ResponderExcluirA Paz do Senhor!
Ótimo ensaio! Se faz necessário que a igreja faça uma profunda reflexão sobre esse assunto abordado por ti com muita excelência.
Ah, quero lhe parabenizar pelo banner e pelos vídeos na lateral do Blog, ficou muito bom.
Abraço em Cristo, Alexandre Pitante.
Querido Pastor Newton,
ResponderExcluirA Paz do Senhor,
Em momentos de tanto "glamor" faz-se necessário repensarmos a idéia de serviço numa perspectiva do Reino.
Grato pela honrosa visita e pelo comentário relevante.
Um grande abraço,
No Amor de Cristo,
Pastor Flavio Constantino.
Querido irmão Alexandre,
ResponderExcluirA paz do Senhor,
Eu é que tenho que lhe agradecer pelas dicas.
Um grande abraço,
No Amor de Cristo,
Pastor Flavio Constantino.
Abençoamado Pr. Flavio Constantino
ResponderExcluirA paz
Lancei recentemente o livro "VINDE APÓS MIM - JESUS não disse: IDE após seus líderes".
Para ratificar e reforçar os ditos, deveras esclarecedores, desta sua magnífica postagem extrai da obra, que tem como Co-Autor o Líder dos líderes, as ações do antípoda, o antitético do líder servidor enunciado, com rara felicidade pelo insigne Ministro.
Aqui estão as principais características dos que podemos, hoje, chamar de líderes “self-service”, aqueles sobre os quais Ezequiel profetiza em (Ez 34:2-5); o apóstolo das gentes admoesta em (Rm 16:17,18) e Pedro alerta em (2Pe 2) – aqueles que querem ser “líderes acima de tudo”
• Servem a si mesmos. Buscam primeiramente a satisfação das suas próprias necessidades.
• São inseguros e parecem temer a concorrência dos seus próprios liderados, por isso se cercam de pessoas subservientes, pouco empenhadas na realização da obra do Senhor.
• Se um crente mais talentoso cresce ou começa a aparecer, logo será eliminado. Ele o perseguirá ou menosprezará, com sutileza, até que se afaste da igreja.
• Sua liderança é baseada na coerção e em todas as técnicas opressoras. Utiliza o poder único de posição para conduzir ministros e obreiros. Este poder baseia-se no temor. Sua autoridade é exercida sobre as pessoas.
• São inseguros. Manipulam os sentimentos dos liderados para alcançar seus objetivos pessoais e ser mantidos no poder.
Os que querem ser grandes na obra do Senhor exercitam sua liderança conforme exposto pelo nobre pastor, atuando como “servos acima de tudo”:
ResponderExcluir• São servos, amigos de Jesus. Satisfazem primeiramente as necessidades legítimas dos outros. São altruístas.
• Estão sempre cercados de pessoas plenamente incorporadas à visão de Deus para suas igrejas e muito bem conceituadas no âmbito congregacional e que, na maioria das vezes, possuem conhecimentos superiores aos seus.
• Eles coordenam os talentos e funcionam como maestro de uma orquestra composta de grandes músicos.
• Eles conhecem a diferença entre conduzir pessoas e executar tarefas. Sentem-se, em função deste entendimento, gratificados espiritualmente na realização da obra do Senhor.
• Os líderes eficazes não têm medo das idéias dos seus liderados ou colaboradores, mas compartilham com eles as idéias propostas. Eles não abdicam do papel de instrutores, como parte da sua missão como líder servo.
• Sua liderança está alicerçada no amor, base do seu poder pessoal. Sua autoridade é exercida junto aos liderados
• Por serem autênticos e verdadeiros, eles sabem identificar os não-conformistas legítimos e os têm como partícipes efetivos na função de implementação da sua liderança.
Parabéns pela mensagem altamente edificante.
Que o Eterno não poupe bênçãos à vida do nobre Ministro.
Seu conservo em Cristo
Alberto Couto Filho
http://albertocoutofilho.blogspot.com/
Querido irmão Alberto Couto Filho,
ResponderExcluirA Paz do Senhor,
Quero parabenizá-lo por dois motivos:
a) Pela publicação de seu livro;
b) Pelo comentário inteligente que veio enriquecer sobremaneira o texto.
Que Deus continue lhe usando com a pena na mão.
E já estou lhe seguindo.
Um grande abraço,
No Amor de Cristo,
Pastor Flavio Constantino.