O arcebispo Desmond Tutu, da Igreja Anglicana na África do Sul, veio
ao Brasil para lançar o livro “Deus não é cristão e outras provocações”,
obra do jornalista também sul-africano John Allen que reúne algumas
mensagens e discurso do religioso que completou 80 anos.
Tutu é uma grande figura religiosa, tendo até mesmo recebido o Nobel
da Paz 1984. Mas sua declaração de que Deus não é monopólio da fé cristã
pode parecer que, mesmo com tantos anos de sacerdócio, o arcebispo
estaria apoiando aquela velha frase de que “todos os caminhos levam a
Deus”.
Mas ele explica sua visão para os jornalistas da revista Cristianismo
Hoje com outro questionamento: “Quem Deus teria sido antes do advento
do cristianismo?”, ele cita que o cristianismo é muito novo se comparado
com religiões mais antigas como o judaísmo e o hinduísmo.
"Nenhuma religião possui toda verdade sobre Deus. Ele é infinito, e
toda religião é, em medida insignificante, uma construção humana”, afirma Tutu. O arcebispo mostra seu conhecimento sobre líderes de outras religiões
destacando que os cristãos não são os únicos seres-humanos bons,
inteligentes e sábios.
“Os cristãos não possuem o monopólio de nenhuma virtude. Esta é uma
das razões pelas quais afirmamos que Deus não é cristão! Todos os seus
filhos, sejam eles cristãos ou não, estão qualificados para receberem as
muitas virtudes”, complementa.
Outro ponto bastante interessante dessa entrevista foi sobre o tema
racial, já que Tutu teve papel de protagonista sobre o regime racista do
appartheid, instituído por cristãos brancos. Questionado sobre a
intolerância dos cristãos, o arcebispo fala sobre todos os tipos de
perseguições.
“Um perseguidor muçulmano é tão ruim quanto um perseguidor judeu,
cristão ou de qualquer outra religião. Pessoas de todas as crenças são
boas ou más”, respondeu ele. A esperança de Desmond Tutu é de que os
adeptos de todas as religiões possam se opor ao mal e encorajar o bem.
Fonte: www.gospelprime.com.br
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