Depois que José Júnior, diretor da ONG AfroReggae foi à polícia denunciar o pastor Marcos Pereira, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, a polícia recebeu dezenas de outras denúncias que não só ligam o pastor ao tráfico do Rio de Janeiro como também o acusam de outros crimes.
A revista Veja fez uma reportagem especial sobre o caso depois que teve acesso a partes dos depoimentos que dizem que além de forjar “curas” de traficantes o pastor Marcos Pereira também teria abusado sexualmente de mulheres e maltratado uma criança.
Os relatos são de ex-membros da ADUD, entre eles pastores que estiveram do lado de Pereira presenciando muitos desses encontros com traficantes. “Ele queria que os bandidos tivessem até explodido a Ponte Rio-Niterói. O objetivo era aparecer depois como o intermediário salvador”, conta uma testemunha que não foi identificada.
A mesma pessoa relata ainda que o pastor visitava os presídios e combinava as ações das quadrilhas. “Marcos foi ao presídio de Bangu 1 e saiu de lá com um recado dos chefões do tráfico para que suas quadrilhas dessem sequência à carnificina”, rememora. Como sabe disso? “O pastor me encarregou de repassar a ordem nas favelas. E foi o que eu fiz.”
Dezenas de pessoas engrossam o inquérito policial de número 902-00048/2012 que está sendo investigado pela Delegacia de Combate às Drogas do Rio de Janeiro. José Júnior, o primeiro a quebrar o silêncio, disse que o fundador da ADUD “é um psicopata” acusando-o de encomendar sua morte. Um ex-pastor também disse que foi ameaçado de morte por Pereira e que chegou a ter um fuzil esfregado em sua cara por traficantes que pronunciaram o nome de Marcos.
Maltrato de crianças e abuso sexual de mulheres
Duas mulheres testemunharam contra o líder religioso dizendo que foram violentadas sexualmente por ele e que isso aconteceu diversas vezes. Uma delas afirma também que o pastor a obrigava a manter relações com outros homens em orgias das quais também participava.
Além disso, também relatam que uma criança de sete anos teria foi maltratada por Pereira depois de presenciar, casualmente, uma dessas peripécias sexuais e que por isso teve sua cabeça lançada no vaso sanitário.
As investigações contra o líder da ADUD estão apenas no início e colocam em cheque um ministério que foi destaque por muitas vezes nas mídias seculares, uma vez que Marcos Pereira jurava que curava viciados, traficantes e bandidos. “Ele dava dinheiro a viciados para comprarem droga, filmava a turma em degradação e depois levava para a igreja, como se os estivesse salvando”, denuncia um ex-assessor do pastor.
Fiéis da ADUD são proibidos de beber refrigerante, assistir televisão, ouvir rádio e tomar remédios já que em seus cultos é pregada a cura divina. Fundada em 1989 a Assembleia de Deus dos Últimos dias tem sua sede no Rio de Janeiro e filiais no Paraná e no Maranhão.
Com informações da VEJA
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